Crônicas de Hoje
Textos de um Rio não tão antigo assim, de autoria de Marcelo Dunlop, jornalista e neto de CJ.
Alfredinho, Bip Bip e o pitaco do Galeão Cumbica
Salve, Alfredo,
Sei lá se você conseguiu acompanhar tudo daí de cima (tava nublado pra cacete), mas a opinião foi geral: seu funeral foi do caralho!
Veio deputado, gari, senador federal, crianças, morador de rua, cineastas, baleiros e babás. Nada mal para um humilde corretor de fundos públicos nascido em Bangu, hein? O que mais tinha, claro, eram seus favoritos: músicos e malucos. Às pencas e fantasiados.
continue lendo »Alfredinho e a dedicatória
Alfredinho Jacinto Melo fez questão de ignorar os versos de Ataulfo, que bem cantava: “Eu quero morrer numa batucada de bamba / Na cadência bonita do samba”. Alfredinho, jamais. Nunquinha que ele iria morrer no meio da batucada, provocando algazarra, correria entre os músicos, barulheira na vizinhança e, pior de tudo, o fim do samba.
continue lendo »Histórias de avó
Nos últimos meses, os “netinhos” iam levar um carinho e um quitute num cenário de história da carochinha adaptado para Copacabana. A avó deitada, cobertor nas pernas, o quarto silencioso, poucas palavras. Faltava só o lobo. Na última sexta-feira, o lobo veio e dona Lulu descansou.
continue lendo »Morreu o Beethoven dos botequins
Sem vela e com algum choro, morreu na tarde de sábado, 23 de setembro de 2017, um dos mais geniais boêmios que o Brasil conheceu. Era o Beethoven dos bares.
continue lendo »O Velho e o Mercado
O aposentado catou o jornal ainda bocejando, e abriu direto no caderno esportivo, que o resto nunca prestava mesmo. Ajeitou os óculos e teve de rir ao espiar a manchete: “Crise na Gávea…”. Acho que já li isso antes, pensou. Os espertos olhos azuis reluziram ao confirmar a data no topo da página: 10 de setembro de 2047. Era seu aniversário.
continue lendo »A Ilha da Nostalgia
Ah, o cheiro da grama! Os antigos falavam dele como uma dádiva dos jogos pré-Maracanã, uma sensação extinta para sempre. Mas ele existe na Ilha. Desci os degraus do setor norte, disfarcei, fechei os olhos e puxei o ar. E então senti, sim, eu senti, o aroma doce da relva em meio à noite fria da Ilha do Governador.
continue lendo »Borges e os rubro-negros eternos
Jorge Luis Borges certa vez disse: “La derrota tiene una dignidad que la ruidosa victoria no merece”. Não disse isso para mim, admito, e se ele dissesse na madrugada daquele 17 de maio de 2017, provavelmente escutaria um senhor passa-fuera. Borges por certo não viu as últimas derrotas do Flamengo na Libertadores.
continue lendo »Poema para Olívia
Cheia de fofura e gosma, nasceu Olívia.
Será que um dia vai preferir chuchu ou endívia?
Vai usar jojoba ou produtos Nívea?
Será ateia ou líder de seita na Bolívia?
continue lendo »7 histórias nada esportivas que ajudam a explicar o Rio de Janeiro
O Rio não é para principiantes. Para ajudar os recém-chegados forasteiros da Rio-2016, vão aí sete histórias, vividas em sete bairros, contadas por sete cobrões.
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